domingo, 26 de junho de 2011

Pensando

Uma amiga me mandou este texto. Estou lendo e pensando sobre ele, várias vezes.

Desconstruções


Quando a gente conhece uma pessoa, construímos uma imagem dela. Esta imagem tem a ver com o que ela é de verdade, tem a ver com as nossas expectativas e tem muito a ver com o que ela "vende" de si mesma. É pelo resultado disso tudo que nos apaixonamos. Se esta pessoa for bem parecida com a imagem que projetou em nós, desfazer-se deste amor, mais tarde, não será tão penoso. Restará a saudade, talvez uma pequena mágoa, mas nada que resista por muito tempo. No final, sobreviverão as boas lembranças. Mas se esta pessoa "inventou" um personagem e você caiu na arapuca, aí, somado à dor da separação, virá um processo mais lento e sofrido: a de desconstrução daquela pessoa que você achou que era real.

Desconstruindo Flávia, desconstruindo Gilson, desconstruindo Marcelo. Milhares de pessoas estão vivendo seus dias aparentemente numa boa, mas por dentro estão desconstruindo ilusões, tudo porque se apaixonaram por uma fraude, não por alguém autêntico. Ok, é natural que, numa aproximação, a gente "venda" mais nossas qualidades que defeitos. Ninguém vai iniciar uma história dizendo: muito prazer, eu sou arrogante, preguiçoso e cleptomaníaco. Nada disso, é a hora de fazer charme. Mas isso é no começo. Uma vez o romance engatado, aí as defesas são postas de lado e a gente mostra quem realmente é, nossas gracinhas e nossas imperfeições. Isso se formos honestos. Os desonestos do amor são aqueles que fabricam idéias e atitudes, até que um dia cansam da brincadeira, deixam cair a máscara e o outro fica ali, atônito.

Quem se apaixonou por um falsário, tem que desconstruí-lo para se desapaixonar. É um sufoco. Exige que você reconheça que foi seduzido por uma fantasia, que você é capaz de se deixar confundir, que o seu desejo de amar é mais forte do que sua astúcia. Significa encarar que alguém por quem você dedicou um sentimento nobre e verdadeiro não chegou a existir, tudo não passou de uma representação – e olha, talvez até não tenha sido por mal, pode ser que esta pessoa nem conheça a si mesma, por isso ela se inventa.

A gente resiste muito a aceitar que alguém que amamos não é, e nem nunca foi, especial. Que sorte quando a gente sabe com quem está lidando: mesmo que venha a desamá-lo um dia, tudo o que foi construído se manterá de pé.

Martha Medeiros

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Hein?!?!?!?

Hoje tive uma experiência que eu nunca imaginei ter, nem nos meus piores pesadelos: Estava lecionando para as sextas séries, quando fui chamada para ir a sala da coordenadora, juntamente com outros professores, para conversarmos com uma mãe, sobre um aluno que está há dois meses (sim, dois meses!) cabulando aula (!!!!). E para melhorar, esta criança não sabe nem escrever o próprio nome... pois bem, após a reunião retornei a sala de aula, e verifiquei a bagunça no corredor, com três salas sem professores. Ao tentar colocar meus alunos para dentro, e tirar os "visitantes" da sala, eis que um aluno se recusa a sair.
Ao insistir que ele saísse, para eu começar a minha aula, ele simplesmente me manda calar a boca(!!!!!!) e me manda tomar no cú (!!!!!!)- (desculpem o palavrão, mas foi exatamante isto que aconteceu). Como se não bastasse, quando peguei-o pela manga da blusa de frio e pedi para que saísse, ele vira e me dá um tapa no braço (!!!!!!!).
Final da história: a diretora o suspendeu por 10 dias, chamamos a polícia e fui convocada a fazer um boletim de ocorrência na delegacia da mulher na próxima segunda-feira.Agora me pergunto: para que estou lecionando? Para que mesmo serve a educação? Como deve ser minha postura em sala de aula? Pedagogia do amor, do medo, da ditadura? Eu não sei!
Se passamos a mão na cabeça, passam por cima de nós; se somos ditadores, não aprendem; se queremos educar, somos ameaçados. COMO CUMPRO O SEU CHAMADO, DEUS?

Para pensar e orar...

Sermão da montanha, versão para educadores

Naquele tempo, Jesus subiu a montanha seguido pela multidão e, sentado sobre uma grande pedra, deixou que os seus discípulos e seguidores se aproximassem.

Ele os preparava para serem os educadores capazes de transmitir a lição da Boa Nova a todos os homens.

Tomando a palavra, disse-lhes:

- “Em verdade, em verdade vos digo: Felizes os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus. Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. Felizes os misericordiosos, porque eles…”

Pedro o interrompeu:

- Mestre, vamos ter que saber isso de cor?

André perguntou:

- É pra copiar?

Filipe lamentou-se:

- Esqueci meu papiro!

Bartolomeu, quis saber:

- Vai cair na prova?

João levantou a mão:

- Posso ir ao banheiro?

Judas Iscariotes resmungou:

- O que é que a gente vai ganhar com isso?

Judas Tadeu, defendeu-se:

- Foi o outro Judas que perguntou!

Tomé questionou:

- Tem uma fórmula pra provar que isso tá certo?

Tiago Maior indagou:

- Vai valer nota?

Tiago Menor reclamou:

- Não ouvi nada, com esse grandão na minha frente.

Simão Zelote gritou, nervoso:

- Mas porque é que não dá logo a resposta e pronto!?

Mateus queixou-se:

- Eu não entendi nada, ninguém entendeu nada!

Um dos fariseus, que nunca tinha estado diante de uma multidão, nem ensinado nada a ninguém, tomou a palavra e dirigiu-se a Jesus, dizendo:

- Isso que o senhor está fazendo é uma aula? Onde está o seu plano de curso e a avaliação diagnóstica? Quais são os objetivos gerais e específicos? Quais são as suas estratégias para o levantamento dos conhecimentos prévios?

Caifás emendou:

- Fez uma programação que inclua os temas transversais e atividades integradoras com outras disciplinas? E os espaços para incluir os parâmetros curriculares gerais? Elaborou os conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais?

Pilatos, sentado lá no fundão, disse a Jesus:

- Quero ver as avaliações da primeira, segunda e terceira etapas e reservo-me o direito de, ao final, aumentar as notas dos seus discípulos para que se cumpram as promessas do Imperador de um ensino de qualidade. Nem pensar em números e estatísticas que coloquem em dúvida a eficácia do nosso projeto. E vê lá se não vai reprovar alguém! Lembre-se que você ainda não é professor titular…

É nóis!

Abraços,

Declev Reynier Dib-Ferreira
Pregador

quinta-feira, 16 de junho de 2011

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Dirty Dancing

Gosto deste filme e gosto destas músicas, então decidi postar tudinho de uma vez!

ps: É...acho que entrei mesmo numa fase meio melosa e chorona. Seguuuuuuuuuuuuuuuura! =/

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Falta um mês =(

Estou há um mês do casamento de um amor antigo. É hora de virar a página e aprender a viver a vida de um modo diferente.



Sim, eu torço para que ele seja muito feliz (mesmo que o preço seja eu chorar escondidinha, as vezes).
Tento não ser tão explícita na internet, mas eu precisava desabafar e colocar minha vida para caminhar.




Será que o amor certo vem mesmo na hora errada? Ou não era mesmo para ser? Acho que nunca vou saber.
Vem junto, Deus...


segunda-feira, 6 de junho de 2011

Educação para todos??????

É assim como este texto fica na minha cabeça, toda vez que eu o leio: como areia dentro de uma ostra,que a incomoda, e lá permanece até ser transformada. Se aparecerá uma pérola, não sei, porque não tenho forças para lutar contra o sistema, mas que pesa sair da ignorância sobre o suposto "papel social da Educação", isto pesa.
Pensemos juntos a partir da leitura do trecho livro que estou relendo:

"Quando pensada como uma 'filosofia' ou uma 'política de educação', ela se apresenta juridicamente como um bem de todos, de que o estado assume a responsabilidade de distribuição em nome de todos. Mas sequer as pessoas a quem a educação serve, em princípio, são de algum modo consultadas sobre como ela deveria ser. A educação que chega à favela, chega pronta na escola, no livro e na lição. Os pais favelados dos alunos são convocados a matriculra os seus filhos, como se aquilo fosse um posto de recrutamento. Não são convocados, por exemplo, a debaterem com os professores como eles pensam que a escola da favela oderia ser uma verdadeira agência de serviços à sua gente. Mesmo que fossem, as suas ideias por certo não sairiam do caderno de anotações da diretoria. Mas não são só os pais e as crianças faveladas os que não t~em direitos de pensar na educação da favela. mesmo os cidadãos ricos e letrados não tem poder algum sobre as ideias que determinam a educação de seus filhos, e a imensa massa dos próprios educadores da linha de frente do trabalho pedagógico (professores, diretores de escola, orientadores, supervisores educacionais) têm o poder do exercício da reprodução das ideias prontas sobre educação e dos conteúdos impostos à educação. Mas não têm nem o direito nem o poder de participarem das decisões políticos-pedagógicos sobre a educação que praticam, Elas estão reservadas aos donos do poder político e às pequenas confrarias de intelectuais constituídas como seus porta-vozes pedagógicos.  (...) A ideologia que fala através das leis, decretos e projetos da educação autoritária nega acima de tudo que ela seja uma pedagogia contra o homem- contra a verdadeira liberdade do homem através do saber, liberdade que existe através da verdadeira igualdade entre os homens.
Por isto há 'leis do ensino´que afirmam com fé de ofício os valores de uma suposta democracia feita através da educação, e que é a alama dos conteúdos de seu ensino. Estas afirmações teóricas ocultam o fato reals de que o exercício desta educação consgra a desigualdade que deveria destruir. Afirmar como ideia o que nega como prática é o que move o mecanismo da educação autoritária na sociedade desigual."

BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é Educação?. pags 94- 97.

Afinal, então educamos para reproduzir o sistema e manter a desigualdade já estipulada pelo Governo? Com a ilusão de fazermos algo, apenas concretizamos o que já está imposto? Para pensar...

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Meu primeiro ano como professora

PROFESSOR! Você já parou para pensar que papel tem ou teve esta pessoa na sua vida? Com certeza todos nós temos lembranças boas e ruins para contar da nossa vida escolar.Eu,por exemplo, sempre gostei de estudar! Gostava dos professores, dos amigos, das coisas que eu aprendia, das paqueras... de tudo! E foi por esta paixão em aprender e ajudar ao próximo que a vida me fez voltar a sala de aula, mas do outro lado: agora como professora!
Nem sei como tudo começou, talvez eu já tenha nascido assim. Só sei que desde pequena eu já lecionava para os meus alunos imaginários, que as vezes eram substituídos pelas bonecas, rs. Anos se passaram, e então resolvi ser diversas coisas: cantora, aeromoça, arqueóloga, fisioterapeuta, jornalista... menos professora!
Com paixão pelas palavras e literatura, fui parar na faculdade de Letras, na Universidade de São Paulo (com a mão e benção de Deus). Pensava em trabalhar com correção de texto, tradução, redação de jornal, mas foi na licenciatura que descobri o que eu realmente gostava de fazer: lecionar! (ok, poderia ser óbvio para muitas pessoas, mas foi uma descoberta para mim!). Ao fim dos estágios eu sentia falta dos alunos, da troca que tínhamos em sala de aula, apesar de todos os problemas que bem já conhecemos sobre o universo escolar.
Logo no primeiro ano da graduação tive uma experiência incrível, que me marcou profundamente: fui a uma favela do meu bairro e comecei a alfabetizar jovens a adultos. Não, eu nunca havia tido esta experiência, mas busquei informações sobre o assunto, estudei e fiz com toda paixão. Aprendi muito e tive o privilégio de ajudar muitas pessoas queridas.
Em 2008, 5 anos após esta primeira experiência, realizei os meus estágios obrigatórios, e assim lecionei durante um ano para uma turma de 25 alunos em um curso de espanhol. Amei! A primeira vez que estava ali, com adolescentes, ensinando uma nova língua, desenvolvendo material didático e preparando aulas.
Por todas estas lembranças não consigo pontuar exatamente quando me tornei professora. Talvez desde sempre? Não sei. Talvez ainda esteja me tornando uma? Pode ser... Só sei que, mais ou menos um ano e meio atrás comecei a ficar mais e mais incomodada sobre a Educação, a ponto de sentir a necessidade de fazer alguma coisa. Mas fazer o quê? Largar meu emprego numa multinacional? Deixar uma carreira de 6 anos na área administrativa? Enfrentar todas as duras dificuldades em sala de aula? Fui orando, buscando resposta de Deus...e eis que abre o concurso público para a Prefeitura de São Paulo e para o Estado. Com muito, muito, mas muito medo, mas disposta a obedecer a Deus, estudei e fiz as provas, pensando que estava treinando para em 5 ou 10 anos estar preparada para mudanças. Mas então surge a resposta de Deus: mais de 200 inscritos por vaga em cada concurso e passei nos dois! (olha a mão de Deus!).
Surpresa e sem reação, respirei fundo, pedi graça de Deus e larguei tudo para tras, iniciando uma nova vida! Em 2010 passei a ser professora de 3 sextas séries e dois EJAs (Educação para Jovens e Adultos) e tive grandes aprendizados e momentos de alegrias. As lutas foram grandes, mas tive um ano de novas experiências, novos amigos e intenso trabalho. Neste ano, em 2011, leciono na sala de leitura para o Ensino Fundamental I na Prefeitura, e para 2 sextas séries na escola do Estado.
Se alguém ai acha que vida de professor é fácil, garanto: não é! Cada dia é um desafio novo de ensinar, cativar, educar, aprender, separar brigas, entender o universo adolescente, preparar aulas, reformular suas ideias e ideologias, intermediar novos saberes, construir aulas que façam sentido e despertem o interesse para que haja um efetivo aprendizado, deparar-se com alunos que não sabem ler nem escrever em séries avançadas, ensinar alunos com todo e qualquer tipo de deficiência... enfim, são muitas e muitas coisas, diante de uma sala que a princípio quer qualquer outra coisa, menos estudar!
Para melhorar minha prática tenho cursado Pedagogia, além de curso de Educação Inclusiva, Contação de História e Alfabetização. Busco, por meio da prática e das teorias, aperfeiçoar minha atividade como docente, e então poder auxiliar os alunos a terem esperança e opções para um futuro melhor, conforme opção de cada um deles. Quero, através do meu testemunho de vida, transmitir o respeito, a solidariedade e a vida de Deus, de modo que Ele mesmo possa cumprir a vontade Dele em mim. E é para isto que trabalho todos os dias, sonhando que nestes 24 anos que me restam antes da aposentadoria, Deus possa, em mim, marcar histórias.
Infelizmente estou longe de ser a professora que eu sonho ser (estou muito, mas muito longe mesmo), mas tenho boa vontade de aprender com meus erros, com os cursos e com meus alunos, a reformular, fazer e refazer, aprendendo a ensinar e a amar a cada dia. Sim, a amar! Porque para lecionar é preciso um amor sobrenatural, para perdoar as desavenças, a falta de respeito e os desaforos, e fazer cada dia ser um novo dia, onde Deus pode agir, formando então cidadãos conscientes, independentes, que acreditam que vale a pena lutar e construir uma vida melhor.
Sei que não consigo sozinha, e de fato, em apenas um ano já tive muitas vezes vontade de chorar e até de desistir, mas em Cristo recebo graça todos os dias para cumprir o chamado Dele, e ser enfim uma professora, segundo o seu coração.
A isto dedico meus dias, minha vida, meu suor, e meus sonhos. E garanto, apesar dos pesares, vale sim a pena!
CEU EMEF

Alunos EJA - 2010

Sala dos Professores

Alunos Fundamental I - 2011




*Usa-me, Senhor, e dá-me Graça para sair da cama e enfrentar uma sala de aula nos dias mais difíceis, porque tudo é para Ti. Ajuda-me a marcar histórias e restaurar sonhos, ensinando pessoas a ler, escrever, interpretar, e formá-los cidadãos. Em nome de Jesus, amém.